quarta-feira, 18 de setembro de 2013

"As limitações de Zeus"


  
      Nomeando uma obra de arte.

      1. A escolha do tema



Ao utilizar o filme "Babel" de Alejandro González Inárritu, como fonte de inspiração para um tema de uma escultura, resolvi depois de muito ponderar, abordar um assunto que sempre atraiu o meu interesse, a mitologia grega.

 Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos.
  Dentre os doze deuses da mitologia grega (Zeus, Afrodite , Poseidon , Hades, Hera, Apolo , Ártemis, Ares, Atena, Cronos, Hermes e Hefesto) escolhi destacar Zeus, pois de acordo com a mitologia é  o deus principal, governante do Monte Olimpo, rei dos deuses e dos homens. Era o senhor do céu e o deus da chuva, aquele que tinha o terrível poder do relâmpago. A tempestade representava a sua fúria. Sua arma era o raio e sua ave a águia, animal em que costumava se transformar.
  Após a escolha do tema, determinei a elaborar uma escultura representando o deus grego




                                               As limitações de Zeus – escultura de argila (massa cerâmica)  22 cm.
  
Tal  escultura depois de finalizada a batizei de “As limitações de Zeus”     

2- “As limitações de Zeus” – Relação entre minha personalidade e o tema escolhido. (Quem sou eu nessa babel)  
  
  Ao produzir esta peça de cerâmica,  imaginei primeiramente como uma inspiração para mim mesma em determinados estágios de minha vida e de minha futura carreira como artista e ceramista.  Assimilei a escolha do deus grego mais poderoso, Zeus, como sendo características que busco para minha competência como futura profissional da área e também para minha personalidade.
  Tais características do personagem mitológico seriam: a força, a determinação, a perfeição e a sabedoria.
  Ao batizar a obra de “As limitações de Zeus” assimilei o nome do deus grego com o pronome da primeira pessoa do singular. Neste caso, o significado de “Zeus” na obra seria o meu eu pessoal. É nitidamente perceptível que a composição da escultura representada, não incorpora o resto dos membros corporais, como o braço direito e as pernas, como se fosse uma escultura em ruína do período pré-helenístico. Porém, o significado da obra em si não está relacionado por ser uma escultura de tal período, ou seja, as faltas das partes corporais não representadas significam impotência e limitações relacionadas ao “meu eu”, o meu ser como artista.  Apesar da falta dos membros corporais na estátua, Zeus, não perde sua Majestade importada em sua expressão e músculos, semelhante ás minhas falhas como aprendiz de ceramista e também aos meus acertos técnicos. “As limitações de Zeus” incorporam então “As limitações do meu Eu”
   
   3 – Questões técnicas
  Ao elaborar a escultura, não utilizei ferramentas específicas para modelar a argila. O processo se deu apenas a sovar a massa cerâmica e modelar com as mãos e produzir o acabamento também com o uso contínuo do tato. Apenas o rosto e o cabelo da escultura, fiz uso de um simples palito para finalizar o acabamento.  Não existe técnica específica para produzir uma escultura representando o corpo humano, apenas um olhar claro de anatomias corporais. 


   

Nenhum comentário:

Postar um comentário